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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mercado de franchising deve dobrar até a Copa





Franchising deve duplicar de tamanho até a Copa






A combinação de diversos fatores deve fazer o franchising
duplicar de tamanho até 2014. Até lá as empresas devem movimentar mais
de R$ 150 bilhões, prevê o presidente da rede Bobs e da Associação
Brasileira de Franchising, Ricardo Bomeny. Antes o mercado de franchising duplicava de tamanho a cada cinco anos e agora parece encurtar este prazo para apenas três anos. É uma tendência?





Sim, é uma tendência,  como reflexo do excelente desempenho que o franchising
tem no Brasil. Nos últimos cinco anos o setor cresceu dois dígitos por
período, pelo menos. Fechamos 2010 com um crescimento de quase 20% maior
em relação ao ano passado. O faturamento ficou em  R$ 75 bilhões e o
número de marcas chegou a 1.774, com  90 mil pontos de venda. A
expectativa de crescimento para 2011 é de 15% de aumento no faturamento,
8% em novas redes (1920 marcas) e 12% em número de unidades franqueadas (quase 100 mil pontos de venda). O setor deve gerar 12% a mais de empregos diretos, no total de 890 mil vagas.






Quais as razões do rápido crescimento do setor de franshising?






É uma combinação de diversos fatores positivos. Primeiro, o bom desempenho da economia, do emprego e da renda. O setor de franshising também passou a atrair mais empresas. Atualmente, existem no País 1.643 marcas com 80 mil lojas franqueadas.
Outro fator é a grande expansão dos shopping center, em especial no
interior do país. Hoje, quase 60% dos lojistas que ocupam os novos
shopping são de marcas franqueadoras. Ou seja, temos ótima sinergia com outro segmento que vive boa fase de expansão.





O acesso a crédito em condições mais favoráveis também alavanca o
setor. Cinco anos atrás não existiam financiamentos especiais  e o
crédito disponibilizado era muito caro. Mas nos últimos cinco anos a ABF
fez um trabalho mais agressivo, primeiro junto aos bancos federais como
Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco de Nordeste, Bndes,  no sentido
de ampliar a oferta de financiamentos ao franchising. O mesmo aconteceu
com os bancos privados (Bradesco, Itaú, HSBC). Além de abrir portas
junto aos bancos públicos também conquistamos maior oferta de crédito na
rede privada. Mostramos o potencial do nosso mercado aos bancos, o
crédito aumentou e as taxas estão um pouco mais baixas.





Com os ventos favoráveis, o franchising tende a duplicar de tamanho até a Copa, com faturamento acima de R$ 150 bilhões.






E o número de marcas, cresce na mesma proporção?






O número de marcas de franquias cresce menos, ao redor de 10% ao ano.
Neste ano deve chegar a 1.774 ,  com  90 mil pontos de venda. Até a
Copa deveremos ter 40% mais de marcas, ou seja perto de 2.500. Outro
fenômeno interessante é o forte desejo de investidores virem ao Brasil.
Nunca sentimos este interesse de forma tão agressivo como agora.





Um
reflexo positivo pôde ser observado durante recente feira de varejo em
Nova Iorque. Foi recorde o numero de executivos e empresários
brasileiros interessados em conhecer as tendências do varejo mundial
para aplicar no Brasil. A delegação brasileira foi majoritária pela
primeira vez em cem anos da história deste evento, 32% do total de
visitantes estrangeiros. Em todas as palestras o mercado brasileiro foi
destacado como o que oferece melhores perspectivas de retorno para o
investidor internacional. O que significa dizer que está todo mundo de
olho em nosso mercado.






Dá para dimensionar o número de novas franquias que devem ingressar no Brasil em 2011?






Atualmente apenas 8% do total existente são marcas internacionais.
Por ser um volume baixo e existir grande interesse das multinacionais
virem ao Brasil acredito que o total deva superar 15% até a Copa.
Existem inúmeros consultores contratados pelas marcas estrangeiras em
busca de boas oportunidades no Brasil em setores como alimentação, luxo,
cosméticos, moda e hotelaria, que deverá deslanchar com a Copa e
Olimpíadas.






Dentre os setores do franshisisng quais devem crescer mais?






Um dos setores mais promissores é a microfranquia, que não exige
grandes investimentos em pontos comerciais, número de funcionários e
cria a possibilidade de se prestar serviços a partir da casa do novo
empreendedor. Também a área de serviços oferece grande potencial de
crescimento, em especial na capacitação como um todo, não apenas escolas
de idiomas. Também aqui haverá maior demanda  daqueles que irão estar
envolvidos nos negócios da Copa e Olimpíadas.



Observe que diversos setores estão bem há muitos anos, entre eles
alimentação, com crescimento bom e constante, como um relógio;
cosméticos, acessórios, bijuterias e o de capacitação (computação,
educação corporativa e idiomas). São negócios que crescem a taxa de 20%
para cima ao ano.





O Brasil é o único país do mundo que tem cursos de MBA em
franchising. Nos últimos três anos passaram por nossos programas mais de
180 executivos e empresários.






Quais as prioridades da ABF para o biênio 2011/2012?






Uma frente que daremos prioridade é a melhoria do ambiente nas
relações com o governo. Já temos três excelentes vetores que irão se
desenvolver mais no futuro, na forma de acordos com o Sebrae, em que já
temos vários projetos relevantes, como incubadora de franquias, assim
como participação nas feiras de negócios regionais organizadas pela
entidade e também projetos de capacitação para o setor de franchising
pelo Sebrae.





Vale destacar ainda o convênio, com bons resultados na área
governamental, estabelecido com a Apex, já no sexto ano de parceria,
para exportar  marcas franqueadoras brasileiras e para a troca de
informações ou inteligência comercial para vender nossos produtos em
diversos países. Este convênio funciona muito bem. Temos participado de
várias feiras de franquias no Exterior e feito missões comerciais.





Atualmente existem 68 marcas brasileiras em 49 países. Portugal
concentra o maior número delas: 29. A meta será ampliar mais o número de
empresas lá fora. Nossas empresas precisam competir por maior espaço no
Exterior, afinal muitas são referência de qualidade. O Boticário, por
exemplo, é a maior empresa brasileira franqueadora do mundo na área de
cosméticos.





Além do Sebrae e Apex,  temos convênio com o Ministério do
Desenvolvimento da Indústria e Comércio que cria diversas frentes de
atuação da ABF com o setor público. Tais acordos colocam o franchising
como setor importante da economia na interlocução junto ao governo.
Geram ainda pautas para a constante melhoria do setor, com a abertura de
portas em todas as esferas oficiais, seja para discutir revisão do
sistema tributária, lei da franquia e demais temas de interesse. Agora
mesmo a ABF foi acionada para discutir como melhorar a capacitação de
pessoal a fim de atender a maior demanda prevista com a Copa e Olimpíadas.


Fonte: Portal Varejo

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